Texto: Kasey Edwars
LEIA O TEXTO PARA NÃO PASSAR MICO NOS COMENTÁRIOS.
Preciso fazer um post sobre o que eu disse acima. :) Hahaha. Um dia eu faço, não citarei nome de pessoas que comentam nada com nada pra não ficar feio, mas quem não lê as postagens dos blogs acabam passando mico nos comentários viu gente? ;) #ficadica (e confesso que acho ridículo usar "#HASHTAG". Ô coisinha capenga, mas eu usei. 1beijo)
Enfim, o post de hoje é pra mostrar um texto que eu encontrei no Facebook, achei super interessante! Ele foi feito por uma escritora internacional chamada Kasey Edwards que já publicou 4 livros. Ela mistura humor, irreverência e investigação credível para escrever sobre questões como a satisfação no trabalho, a maternidade, a imagem corporal e dietas.
Bom, chega de conversa e vamos ao texto porque ele é longo, mas é um texto que vale a pena ler. (:
Quando sua mãe diz que é gorda.
Por: Kasey
Edwards
"Querida mãe,
Eu tinha sete anos quando descobri que você era
gorda, feia e horrorosa.
Até então, eu acreditava que você era linda – em
todos os sentidos da palavra. Eu me lembro de fuçar os antigos álbuns e ficar um
bom tempo olhando para fotos seu no deck de um barco. Seu maiô branco, tomara
que caia, parecia glamoroso como o de uma estrela de cinema. Sempre que eu
tinha a chance, tirava aquele maiô maravilhoso do fundo do seu armário e ficava
imaginando quando é que eu seria grande o suficiente para vesti-lo, quando é
que eu seria como você.
Mas numa noite, tudo isso mudou. Estávamos todos
vestidos para uma festa e você me disse: “Olha para você, tão magra e bonita. E
olha para mim, gorda, feia, horrorosa. De primeira, não entendi o que você quis
dizer.
“Você não é gorda.” - eu disse, inocente e com
sinceridade - ao que você respondeu, “Sim, eu sou, querida. Sempre fui gorda,
desde criança.”
Nos dias seguintes, eu tive algumas revelações
doloridas, que moldaram a minha vida toda. Concluí que:
1. você deveria ser mesmo gorda, porque mães não
mentem.
2. gordo é sinônimo de feio e horroroso.
3. quando eu crescesse, seria como você e,
portanto, seria gorda, feia e horrorosa também.
Passados alguns anos, eu revivi essa conversa e
todas as centenas de outras que vieram depois e tive muita raiva de você. Por
não se julgar atraente ou digna de atenção. Por ser tão insegura. Porque, como
meu grande modelo de mulher, você me ensinou a agir assim também.
A cada careta que você fazia em frente ao espelho,
a cada nova dieta do momento que iria mudar sua vida, a cada colherada culpada
de “ai, eu não devia”, eu aprendia que mulheres deveriam ser magras para serem
dignas e socialmente aceitas. Que meninas deveriam passar por privações porque
a maior contribuição delas para o mundo era a aparência física.
Exatamente como você, eu passei a minha vida
inteira me sentindo gorda – (nem sei quando foi que “gorda” se tornou um
sentimento). E porque eu acreditava que era gorda, também me achava
imprestável.
Mas os anos se passaram. Sou mãe. E sei que te
culpar por minha péssima relação com meu corpo é inútil e injusto. Hoje entendo
que você também é um produto de uma longa linhagem de mulheres que foram
ensinadas a se odiar.
Olha só para o exemplo que a vovó te deu. Era uma
vítima da própria aparência, e fez regime todos os dias da vida dela até
morrer, aos 79 anos. Costumava se maquiar para ir ao correio, por medo de
alguém vê-la de cara lavada.
Eu lembro do “suporte” que ela te deu quando você
anunciou que papai tinha te deixado por outra mulher. O primeiro comentário
dela foi, “Eu não entendo porque ele te deixaria. Você se cuida, usa batom.
Entendo que você esteja acima do peso, mas não é muito.”
Papai também não te acalentava.
“Meu Deus, Jan”, uma vez ouvi ele te dizer. “Não é
difícil. Calorias consumidas x calorias gastas. Se você quer perder peso, você
só tem que comer menos.”
Aquela noite, no jantar, eu assisti você
implementar essa dica milagrosa de emagrecimento do papai. Você preparou um
chow mein para o jantar (se lembra como, nos anos 80, no subúrbio da Austrália,
essa combinação de carne moída, repolho e shoyu era considerada o melhor da
culinária exótica?). A comida de todo mundo estava em um prato comum, mas a sua
estava em um pratinho de sobremesa.
Enquanto você sentava em frente a sua patética
porção de carne moída, lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto. Eu não
disse nada. Nem quando os seus ombros começaram a curvar por causa do seu
incomodo. Ninguém te amparou. Ninguém te disse para deixar de ser ridícula e se
servir um prato decente. Ninguém te disse que você já era amada, já era boa o
suficiente. Suas conquistas e seu valor – como professora de crianças com
necessidades especiais e mãe de três filhos – eram repetidamente reduzidas à
insignificância quando comparadas aos centímetros de cintura que você não
conseguia perder.
Me despedaçou o coração testemunhar seu desespero,
e sinto muito por não ter te defendido. Eu já tinha aprendido, àquela altura,
que você ser gorda era culpa sua. Eu tinha ouvido papai falar de perder peso
como um processo “muito simples” – coisa que, ainda assim, você não conseguia
fazer. A lição: você não merecia comer e com certeza não merecia nenhuma
compreensão.
Mas eu estava errada, mãe. Hoje eu entendo o que é
crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que
mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e
eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas
mensagens. Nós acabamos nos tornando nossos próprios carcereiros e nos impomos
punições sempre que não conseguimos chegar lá. Ninguém é mais cruel conosco do
que nós mesmas.
Mas essa maluquice precisa acabar, mãe.
Acaba com você, acaba comigo. Acaba agora.
Merecemos mais – mais que ter dias horríveis por pensamentos ligados a nossa
péssima forma física, desejando que ela fosse diferente. E não é mais só sobre
você e eu. É também sobre a Violet. Sua neta tem apenas 3 anos e eu não quero
que esse ódio ao corpo tome conta dela e estrangule sua felicidade, sua
confiança, seu potencial. Eu não quero que ela acredite que a aparência é o
maior ativo que ela possui, e que vai definir o valor dela no mundo. Quando a
Violet nos olha para aprender a ser uma mulher, precisamos ser os melhores
modelos que pudermos. Precisamos mostrar para ela, com palavras e com as nossas
ações, que as mulheres são boas o suficiente exatamente como são. E para ela
acreditar, nós precisamos acreditar primeiro.
Quanto mais velhas ficamos, mais pessoas queridas
perdemos, doentes ou em acidentes. A perda é sempre trágica, sempre muito
precoce. Às vezes eu penso o que essas pessoas não dariam para ter mais tempo
num corpo saudável. Um corpo que as permitisse viver um pouco mais. O tamanho
das coxas ou os pés de galinha não importariam. Seria vivo, e portanto seria
perfeito.
O seu corpo é perfeito.
Ele te permite desarmar todo mundo com seu sorriso,
contaminar cada um com sua risada. Te dá seus braços para envolver a Violet e
apertá-la até ela gargalhar. Cada momento que gastamos nos preocupando com a
nossa forma física é um momento jogado fora, um pedaço precioso de vida que a
gente não vai recuperar nunca mais.
Vamos honrar e respeitar nossos corpos pelo que
eles fazem ao invés de desprezá-los pelo que eles são. Vamos manter o foco em
viver vidas saudáveis e ativas, deixar nosso peso de lado e largar nosso ódio
ao corpo no passado, que é onde ele merece ficar.
Quando eu olhava para aquela foto sua de maiô
branco anos atrás, meus olhos inocentes de criança enxergavam a verdade. Eu via
amor incondicional, beleza e sabedoria. Eu via a minha mãe.
Com amor, Kasey."
O que acharam do texto meninas? Super inspiração essa Kasey né? Espero que tenham gostado do texto e que tenham mudado de ideia quanto ao corpo de vocês. Sei que todos nós sentimos um certo "desgosto" por algo em nosso corpo, ou em nossa personalidade, mas está aí um texto que mostra que não devemos temer isso, e sim aceitar. (:
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