A BREVE VIDA DE JULIANA MARINS

 

De um lado haviam pessoas criticando a Juliana por não entender o motivo no qual fez ela estar naquele lugar tão perigoso… pessoas a julgando em comentários maldosos querendo fazer as outras pessoas pensarem que o erro era dela em estar ali naquele lugar e ter sofrido essa tragédia. 

De outro lado haviam pessoas preocupadas, orando com muita fé de que conseguiriam resgatá-la ainda com vida. Eu mesma orei e torci muito pra que ela tivesse saído de lá e pudesse contar seu lindo testemunho. Com certeza seria um milagre que encheria as pessoas de esperança. 

Foram dias intensos atualizando o feed e buscando por notícias sobre o resgate, esperando que ela estivesse com vida… mas no fim, a encontraram morta e retiraram o corpo com muita dificuldade. 

Confesso que foi muito triste saber que a Ju não teve uma nova chance. 

Foi triste não poder ter a oportunidade de ouvir ela contar a história mais louca da vida dela… uma história que deveria ser contada em livros de história daqui alguns anos ou até mesmo em um filme na Netflix.

Infelizmente nós nunca saberemos como foram as últimas horas de vida da Ju. Nunca ouviremos ela contar das dificuldades que passou, das conversas que ela teve com Deus e da força que ela tirou de onde não tinha pra conseguir se manter viva. 

De qualquer forma foi impressionante a forma na qual a Ju marcou a vida de tantas pessoas em poucos dias. 

De uma desconhecida, passou a ser uma referência para tantos brasileiros. 

Além de conseguir fazer com que pessoas do mundo inteiro se mobilizassem, se unissem em oração emanando boas energias pra ela. A Ju tocou muitos corações, abriu os olhos de muitas pessoas que vivem suas vidas de forma automática, enquanto ela estava lá passando por toda aquela situação, porém, estava vivendo as melhores experiências da sua vida. 

Foi lindo ver pessoas com diversas crenças, opiniões, raças, linguagens diferentes se colocando à disposição e unindo forças para que a situação tivesse um desfecho positivo. 

É possível que muitas pessoas tenham visto esse caso e tiraram conclusões negativas sobre Deus por Ele não ter salvo sua filha da morte. Mas eu enxergo de forma totalmente diferente. Vejo o quanto a Ju conseguiu glorificar o nome de Jesus diante do que aconteceu. Porque apesar de tudo, a Ju nos deixou várias mensagens em seu instagram como frases como: “a vida é imperdível” - “vivendo muito e sentindo tudo” - “nunca me senti tão viva!” ou seja, todas essas experiências que ela viveu nos inspira a sair do nosso conforto e viver uma vida que vale a pena ser vivida. 

E é sobre isso. É sobre não ter medo de viver. É sobre se arriscar e conseguir sentir que realmente se está viva. 

Confesso que há anos eu não me sinto viva de verdade. E isso sim é triste. Porque é como se estivesse morrendo à cada dia em que Deus me dá mais um dia de vida. 

A morte não é o fim. Mas viver e sentir que está morrendo é como se estivéssemos perdendo a nossa vida aos poucos. E isso dói. Me dói. 

Tenho certeza que a tragédia que aconteceu com a Ju fez muitos de nós pensar e reavaliar as nossas vida. Se realmente estamos valorizando a vida como deveríamos. Se realmente estamos vivendo o que Deus quer que a gente viva, independente se isso vai nos levar a morte ou não. 

Vejo que o importante mesmo é viver uma vida com PROPÓSITO. É viver uma vida que amamos de verdade. É viver uma vida que de alguma forma faça diferença na vida de outras pessoas. E se a Ju não fez diferença na vida de alguém em vida (o que acho bem difícil), ela acabou cumprindo seu propósito através dessa morte trágica tocando MILHARES de vidas. 

É chegada a hora de partir. 

Esse momento chegará para todos. 

Mas a grande questão que fica aqui é: Estamos vivendo uma vida que vale a pena ser vivida ou deixando ela passar diante dos nossos olhos? 

Estamos vivendo experiências ou deitados em nossa cama dormindo tentando fazer com que o dia acabe logo? 

Esse acontecimento me fez ver dois lados da moeda: Enquanto uns gostariam de ter mais de 24 horas para curtir a vida, outros só querem se enfiar embaixo dos cobertores e fazer com que ela acabe. 

Enquanto uns dariam tudo para ter mais tempo de vida… outros acabam tirando  as suas próprias vidas. 

É triste, mas é real. 

A Ju acabou morrendo vivendo uma das melhores experiências da sua vida, enquanto outros morrem por sentir que a vida não faz sentido. 

Toda essa análise sobre o que aconteceu com a Ju me fez enxergar a vida com uma perspectiva diferente, e eu espero de verdade que eu consiga fazer a minha forma de viver a vida mudar por aqui. 

Eu quero me sentir viva. Eu quero enxergar coisas lindas na vida. Quero viver momentos extraordinários. Quero conhecer pessoas novas. Quero sair da zona de conforto. Quero me arriscar para viver com mais intensidade e emoção. Quero sorrir mais e fazer mais pessoas sorrirem.

A minha vida pode ser passageira assim como a da Ju. Posso não ter tanto tempo de vida… mas a certeza que eu tenho é que eu quero morrer me sentindo viva. Quero morrer sabendo que marquei a vida de pelo menos 1 pessoa. Quero morrer sabendo que dei o meu máximo e que fui feliz com coisas simples. Quero morrer com a certeza de que além dessa vida existe um paraíso com Deus que está me esperando. 

A maioria de nós pode não pensar na morte. Mas depois do que aconteceu com a Ju eu pensei muito, e a mensagem que quero deixar é: 

“Um dia cada um de nós vai morrer, então quero morrer sabendo que eu realmente me senti viva e que ninguém foi capaz de me tirar a vida que eu gostaria de ter vivido, pois tive a ousadia e coragem para viver assim como Jesus.”

Obrigada Ju pela sua breve passagem. Com certeza você está no lugar mais lindo que você já conheceu, ao lado do nosso Senhor salvador! 

Descanse em paz. 

Com carinho, Nathalia Iury.